Esse momento foi inesquecível, o momento em que entrei no estádio. Cadeira superior vermelha. O segurança apontou, “por aqui”, tive acesso as cadeiras e a umas das visões mais incríveis que se pode ter (agora) num estádio, o palco 360° do U2, também conhecido como “Garra” e “Nave Espacial”.
Ver em fotos, assistir vídeos, ouvir relatos… Nada se compara à emoção de ver pessoalmente esta maravilha, é tudo muito grande, imenso, monstruoso, surreal! E isso era o palco lá, parado, desligado! Mal sabia eu o que estava por vir…
MUSE – A abertura
Era por volta das 19:30 quando começou a tocar a música de introdução do show da banda britânica Muse. Ao subir no palco, eles tinha uma missão, mostrar quem eles eram para um Morumbi lotado (90 mil pessoas), onde a grande maioria não sabia sequer pronunciar o nome da banda. Missão essa que que foi cumprida com louvor, chegando ao final do show, nos últimos acordes de Knights Of Cydonia, a serem ovacionados de pé pelo estádio inteiro, como se fosse o próprio U2 que estivesse ali.
Um rapaz que estava do meu lado, após me ver cantar todas as músicas (e minha camiseta do Muse), perguntou se eu já conhecia eles, disse que sim. Ele, que até então não conhecia a banda, disse que ficou impressionado com o show, que eles foram “do caraleo” e ainda perguntou se a banda era realmente só um trio, visivelmente surpreso com a energia e peso do show.
O Muse fez um show curto, cerca de 40 minutos, conciso e objetivo. Fizeram o melhor possível com o tempo que tinham, para um público que não os conheciam.
Minha conclusão do show foi que, a partir de hoje ontem, o Rock tem um novo nome, se chama MUSE!!!
Setlist
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Plug in Baby
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Resistance
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Time Is Running Out
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Feeling Good
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Uprising
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Starlight
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Stockholm Syndrome + riffs
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Man With Harmonica + Knights Of Cydonia
U2
Com o término do show do Muse, surgiu um cronômetro regressivo no telão, que indicaria o início do grande show da noite. Vale lembrar que um pouco antes do U2 entrar no palco, tocou “A Minha Menina”, do Jorge Ben Jor, e fez o estádio inteiro dançar.
Não vou me estender muito falando sobre o show em si, porque, afinal das contas, era o U2! Não importa o que eles fizessem, o jogo já estava ganho.
Uma das partes do show que mais gostei foi quando o telão entrou em ação, e quando digo “entrou em ação” não me refiro a exibir imagens. Seguem algumas fotos.
Telão normal
Começando a entrar em ação
Nesse momento tocava “City Of Blinding Lights”
Outro momento que me emocionou, e acho que foi o pico máximo do show, foi quando tocou Ultraviolet e With Or Without You. Dois globos, um no centro do palco e outro no ponto mais alto da estrutura, transformaram o Morumbi numa pista de dança dos anos 70, foi mágico, me senti como se estivesse flutuando (imaginem só, EU flutuando). Infelizmente, havia acabado a bateria da câmera uma música antes, por isso não tenho nenhuma foto desse momento.
O globo de baixo só apareceu naquele momento do show
[UP: Encontrei o vídeo da música With Or Without You, não faz jus ao que foi ao vivo, mas dá para ter uma noção… O próprio cara que upou o vídeo escreveu no título “melhor parte do show”.
Fim do UP]
Setlist
- Even Better Than The Real Thing
- Out Of Control
- Get On Your Boots
- Magnificent
- Mysterious Ways
- Elevation
- Until The End Of The World
- I Still Haven't Found What I'm Looking For
- Pride (In The Name Of Love)
- North Star
- Beautiful Day + Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (trecho) + Blackbird (trecho)
- Miss Sarajevo
- Zooropa
- City Of Blinding Lights + Singing In The Rain (trecho)
- Vertigo + Helter Skelter (trecho)
- I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight + Relax (trecho) + Two Tribes (trecho)
- Sunday Bloody Sunday
- Scarlet
- Walk On + You'll Never Walk Alone (trecho)
- One
- Amazing Grace (trecho) + Where The Streets Have No Name
Encore:
- Ultraviolet (Light My Way)
- With Or Without You
- Moment Of Surrender
A Garra e um novo conceito
O U2 criou um novo conceito de show com seu grandioso palco 360°, o conceito de que o show não é mais da banda, e sim da banda+estrutura. É como se a banda e o palco, juntos, formasse um outro ser, como se fosse uma coisa só, uma máquina de dar espetáculos, uma Show Machine.
Para entender melhor o que quero dizer, é só procurar na internet vídeos e fotos da tour 360°. Você não encontrará imagens da banda U2, e sim do palco completo, com a banda pequenininha lá no centro.
Mas na realidade esse é o conceito que o U2 quer passar, de que o show não se limita mais apenas à banda tocando, e sim a um grande evento de música, imagens, cores e sensações.
“…a história de turnês gigantescas em estádios se divide agora em antes e depois desta. Assim como já havia sido definida há 20 anos na Zoo TV.”
– Rodrigo James (Jornalista)
São tantas luzes piscando, imagens, lasers, e tudo tão grande, tanta informação que chega a ser difícil assimilar, e às vezes você até se lembra que no meio disso tudo tem uma banda tocando. Por várias vezes no show eu realmente me esqueci da banda (naquele momento em que o telão entra em ação).
O que eu penso que o Bono pensou ao pensar nesse palco foi: “São tantas pessoas que querem nos ver, mas somos apenas 4 mortais, não serão todos do estádio que terão uma boa visão da gente, por isso, vamos fazer uma estrutura de show em que não importe o local que você esteja, sempre terá um ótima visão” – E é exatamente isso que ocorre. Ou quase…
Por ironia, esse pensamento de privilegiar todos os locais do estádio acabou criando alguns lugares ruins, que são, pasmem, na beira do palco! A estrutura é tão gigantesca que na beira do palco você não consegue ver tudo, só a banda tocando!…
Por isso, se você quer aproveitar 100% do espetáculo, se é que isso é possível, deixe as primeiras filas para os fãs mais histéricos.
Duas curiosidades
1 – Durante os dias de show (9, 10 e 13 de abril), nas proximidades do Morumbi, os celulares da Oi exibem no visor “OI U2”…
2 – Se você acha ruim pagar 10 reais de estacionamento quando vai pra balada, então nem pense em ir de carro para o show do U2…
Estacionamento ao lado do Morumbi